sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

OTELO, UMA HISTÓRIA DE CIÚME, INVEJA E TRAIÇÃO





       Otelo, um general mouro a serviço da República Veneza, casa-se com a bela Desdêmona. Nomeado governador de Chipre, indica o Tenente Cássio, primo de Desdêmona, para seu auxiliar principal. Desse modo, incita a inveja de Iago, que se julgava merecedor da promoção e por isso trama uma cruel vingança, insinuando a Otelo que sua mulher e Cássio o traíam.
      Muito se tem discutido acerca deste livro, os leitores mais entusiasmando têm condenado
Iago de forma veemente, mas ele seria realmente o único vilão da história?E a falta de amor-próprio que rondava o espírito do General?O ciúme que sentia pela esposa era fruto de um amor imensurável que nutria por ela, ou esse sentimento também relevava um pouco de insegurança por parte dele em virtude de sentir-se menor diante da presença dessa jovem encantadora?
     Desdêmona é apenas uma jovem frágil, delicada que foi envolvida num plano maléfico por parte de Iago, ou ela guarda dubiedade de caráter ao pactuar com Cássio um segredo sob os olhos e os ouvidos do marido?
     Quem seriam os culpados nessa história?Poderíamos destacar algum inocente?O fato é que essa narrativa atemporal nos conduz por caminhos nunca antes navegados: o da reflexão. Como agiríamos se estivéssemos no lugar de Otelo, que guardava a prova do crime? Por que Iago detinha tanta sorte? O que fazer com que essa “prova de amor” que atormenta a alma?EM CADA LEITURA UMA SENTENÇA.
   Os leitores enquanto juízes desse processo passional tomam resoluções diversas e motivadas pelos valores que guardam consigo. Alguns se compadecem com o desfecho de Desdêmona, moça tão bela e frágil, outros se identificam com o sofrimento e a “nobreza” de Otelo e a outra parte considera insignificante a pena a que Iago foi submetido.
    A recomendação da obra baseia-se entre outros aspectos na maestria com que Shakespeare conduz a ação dramática em seus textos, reside ainda no fato de que as angústias humanas sempre foram tema para debates intermináveis e contestáveis. Para os leitores iniciantes, essa recomendação é feita, sobretudo, pelo prazer inenarrável de se ter um bom livro em mãos.





Socorro Alencar

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