quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

O amor acaba???

     Tenho conversado muito sobre o amor, recentemente, em razão das aulas de Literatura que ministro no Ensino Médio.Nesses momentos, Vinícius e Drummond têm povoado o imaginário dos alunos com seus versos que emocionam àqueles menos receptivos ao amor e encantam os românticos e/ou apaixonados.
   Hoje resolvi ir até a outra margem do rio e postar não sobre o início do amor, mas sobre quando ele termina.O que fazer ou dizer na hora em que ele deixa de existir?Como evitar machucar o outro?E quando o amor vai embora, o que fica no lugar dele?

  Vinícius afirmava que seja eterno enquanto dure e Drummond dizia que o tempo é todo vestido de amor e de amar.Paulo Mendes nos ensina que o AMOR ACABA, principalmente quando não estamos atentos a ele.




     O amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados, diferentes dos parques de ouro onde começou a pulsar; de repente, ao meio do cigarro que ele atira de raiva contra um automóvel ou que ela esmaga no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das unhas; na acidez da aurora tropical, depois duma noite votada à alegria póstuma, que não veio; e acaba o amor no desenlace das mãos no cinema, como tentáculos saciados, e elas se movimentam no escuro como dois polvos de solidão; como se as mãos soubessem antes que o amor tinha acabado; na insônia dos braços luminosos do relógio; e acaba o amor nas sorveterias diante do colorido iceberg, entre frisos de alumínio e espelhos monótonos; e no olhar do cavaleiro errante que passou pela pensão; às vezes acaba o amor nos braços torturados de Jesus, filho crucificado de todas as mulheres; mecanicamente, no elevador, como se lhe faltasse energia; no andar diferente da irmã dentro de casa o amor pode acabar; na epifania da pretensão ridícula dos bigodes; nas ligas, nas cintas, nos brincos e nas silabadas femininas; quando a alma se habitua às províncias empoeiradas da Ásia, onde o amor pode ser outra coisa, o amor pode acabar; na compulsão da simplicidade simplesmente; no sábado, depois de três goles mornos de gim à beira da piscina; no filho tantas vezes semeado, às vezes vingado por alguns dias, mas que não floresceu, abrindo parágrafos de ódio inexplicável entre o pólen e o gineceu de duas flores; em apartamentos refrigerados, atapetados, aturdidos de delicadezas, onde há mais encanto que desejo; e o amor acaba na poeira que vertem os crepúsculos, caindo imperceptível no beijo de ir e vir; em salas esmaltadas com sangue, suor e desespero; nos roteiros do tédio para o tédio, na barca, no trem, no ônibus, ida e volta de nada para nada; em cavernas de sala e quarto conjugados o amor se eriça e acaba; no inferno o amor não começa; na usura o amor se dissolve; em Brasília o amor pode virar pó; no Rio, frivolidade; em Belo Horizonte, remorso; em São Paulo, dinheiro; uma carta que chegou depois, o amor acaba; uma carta que chegou antes, e o amor acaba; na descontrolada fantasia da libido; às vezes acaba na mesma música que começou, com o mesmo drinque, diante dos mesmos cisnes; e muitas vezes acaba em ouro e diamante, dispersado entre astros; e acaba nas encruzilhadas de Paris, Londres, Nova York; no coração que se dilata e quebra, e o médico sentencia imprestável para o amor; e acaba no longo périplo, tocando em todos os portos, até se desfazer em mares gelados; e acaba depois que se viu a bruma que veste o mundo; na janela que se abre, na janela que se fecha; às vezes não acaba e é simplesmente esquecido como um espelho de bolsa, que continua reverberando sem razão até que alguém, humilde, o carregue consigo; às vezes o amor acaba como se fora melhor nunca ter existido; mas pode acabar com doçura e esperança; uma palavra, muda ou articulada, e acaba o amor; na verdade; o álcool; de manhã, de tarde, de noite; na floração excessiva da primavera; no abuso do verão; na dissonância do outono; no conforto do inverno; em todos os lugares o amor acaba; a qualquer hora o amor acaba; por qualquer motivo o amor acaba; para recomeçar em todos os lugares e a qualquer minuto o amor acaba.

Paulo Mendes Campos




EU TE AMO

Ah, se já perdemos a noção da hora
Se juntos já jogamos tudo fora
Me conta agora como hei de partir
Se ao te conhecer, dei pra sonhar, fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que inda posso ir
Se nós, nas travessuras das noites eternas
Já confundimos tanto as nossas pernas
Diz com que pernas eu devo seguir
Se entornaste a nossa sorte pelo chão
Se na bagunça do teu coração
Meu sangue errou de veia e se perdeu
Como, se na desordem do armário embutido
Meu paletó enlaça o teu vestido
E o meu sapato inda pisa no teu
Como, se nos amamos feito dois pagãos
Teus seios inda estão nas minhas mãos
Me explica com que cara eu vou sair
Não, acho que estás te fazendo de tonta
Te dei meus olhos pra tomares conta
Agora conta como hei de partir.

(CHICO BUARQUE)

segunda-feira, 25 de março de 2013

COMO BLINDAR A RELAÇÃO









Blindar V.t Guarnecer de placas de aço protetoras os navios, os fortins e os carros de assalto. Revestir compartimentos ou objetos com material adequado, para impedir a propagação de correntes elétricas ou magnéticas.

A desconfiança, o medo, o ciúme e insegurança têm revestido as relações afetivas desde o momento em que o homem optou por criar laços de afeição.
Recentemente, um livro tem despertado a atenção do público-leitor ávido por fórmulas mágicas para a felicidade, esse bem que almejamos desde o primeiro despertar. Intitulado CASAMENTO BLINDADO, a obra tem reunido seguidores, sobretudo, mulheres que buscam afastar definitivamente aquela rival ameaçadora da relação matrimonial. Como se houvesse uma fórmula rápida e eficaz para garantir a harmonia no lar. Pensando nesse tema, imaginei maneiras eficazes de blindar, não apenas o casamento, mas as relações afetivas de maneira geral, eis a minha receita:
1. Seja honesto (a) consigo mesmo (a), não (re) invente um comportamento que você considera que agradará ao outro;
2. Revele suas fragilidades, diga ao (À) amado (A) que não teve um dia bom e só por essa noite não quer dormir de conchinha;
3. Encontre um passatempo que lhe garanta prazer, 20 minutos de entrega a si mesmo;
4. Não tenha receio de parecer antiquado (a) e diga que AMA sempre que tiver vontade;
5. Assuma suas pequenas imperfeições e defeitos;
6. Cultive afetos. TENHA AMIGOS, RELACIONE-SE;
7. Seja amigo do seu parceiro, PRINCIPALMENTE, cúmplice;
8. Seja carinhoso, afetuoso, SOBRETUDO, interessante;
9. Faça-se NECESSÁRIO;
10. Torne a vida do seu parceiro mais alegre. Provoque risos, encha o coração dele (a) de POESIA.
LEMBRETE: nenhuma dessas dicas será eficaz, se faltar amor próprio. Mulheres ou homens mais belos existirão em cada canto do país, mas pessoas envolventes, atenciosas e afetivas são cada vez mais raras. AME-SE, POIS SÓ SE PODE OFERECER AO OUTRO AQUILO QUE É ABUNDANTE EM NÓS.

Socorro Alencar


"Eu te amo pelas tuas faltas, pelo teu corpo marcado, eu amo as tuas mãos mesmo que por causa delas eu não saiba o que fazer com as minhas. Eu te amo de alma para alma, quando o próprio amor vacila." 

Fernando Pessoa 
  

sábado, 23 de março de 2013


DE PESSOAS E DE SAPATOS




Não sei lidar com códigos, imprecisões, fugas, indisponibilidade. Ou afirma que ama, deseja e quer ficar perto ou então desocupa o lugar. Sempre doei roupas e sapatos que não me causavam alegria, contentamento ou prazer, me nego a permanecer ao lado de gente comparável aos vestidos de black-tie que são usados raramente e depois são esquecidos no armário com a esperança de que possam ser usados mais de uma vez.
Gosto de pessoas que são leves como uma bela sapatilha no verão, abertas como as sandálias de tiras que se usa num domingo à tarde e necessárias como um scarpin num sábado à noite.
Gosto de pessoas que transbordam a alegria da infância, o encantamento da juventude e a serenidade da vida adulta com todas as (in) certezas e (im) precisões. Não reservo lugar para quem precisa ocultar-se sob o telefone, ou para quem marca horário, data e momento exato para que eu possa telefonar, prefiro quem me aponte caminhos e não me envolva em emboscadas a gente que traz prazer momentâneo.
Sou exigente, mandona, briguenta, mas amorosa. Não economizo afeto, DESMEDIDAMENTE falo que AMO. Nunca soube brincar de sedução, aliás não aprendi a brincar com pessoas, só a querê-las perto, SE ME TROUXEREM alegria, e MUITO LONGE se causarem descontentamento.
A vida é agora, QUANDO SE TEM MEDO DE ALTURA, não se busca voar. O parque oferece outros brinquedos.
NOVAS COLEÇÕES DE SAPATOS SURGEM DIARIAMENTE, mas sem dúvida, VOCÊ TEM AQUELE QUE DE TÃO ESPECIAL já está velhinho. Todas as vezes que você precisar de segurança ele estará por lá.PESSOAS assim são NECESSÁRIAS DURANTE UMA VIDA INTEIRA.E essas eu quero AO LADO!!!
Socorro Alencar


Eu quero andar de mãos dadas  com quem sabe que entrelaçar os dedos é mais do que um simples ato  que mantém as mãos unidas.é uma forma de trocar energia, de dizer você não se enganou, eu estou aqui!!!
(Fernanda Gaona)







POR QUE NÃO PUDE SER SANTA!!!
    Encontrei essa preciosidade escrita pela maravilhosa Martha e identifiquei cada uma das doidas e santas que conheço.Boa leitura!!!






         Toda mulher é doida. Impossível não ser. A gente nasce com um dispositivo interno que nos informa desde cedo que, sem amor, a vida não vale a pena ser vivida, e dá-lhe usar o nosso poder de sedução para encontrar the big one, aquele que será inteligente, másculo, se importará com nossos sentimentos e não nos deixará na mão jamais. Uma tarefa que dá prá ocupar uma vida, não é mesmo? Mas além disso, temos que ser independentes, bonitas, ter filhos e fingir de vez em quando que somos santas, ajuizadas, responsáveis, e que nunca, mas nunca, pensaremos em jogar tudo pro alto e embarcar num navio pirata comandado pelo Johnny Depp, ou então virar loura e , ou sei lá, diga aí uma fantasia secreta, sua imaginação deve ser melhor que a minha.

    Eu só conheço mulher louca. Pense em qualquer uma que você conhece e me diga se ela não tem ao menos três dessas qualificações: exagerada, dramática, verborrágica, maníaca, fantasiosa, apaixonada, delirante. Pois então. Também é louca. E fascina a todos.
Nossa insanidade tem nome: chama-se Vontade de Viver até a Última Gota.Só as cansadas é que se recusam a levantar da cadeira para ver quem está chamando lá fora. E santa, fica combinado, não existe. Uma mulher que só reze, que tenha desistido dos prazeres da inquietude, que não deseje mais nada? Você vai concordar comigo: só se for louca de pedra.

Martha Medeiros



POR QUE NÃO PUDE SER SANTA!!!
    Encontrei essa preciosidade escrita pela maravilhosa Martha e identifiquei cada uma das doidas e santas que conheço.Boa leitura!!!






         Toda mulher é doida. Impossível não ser. A gente nasce com um dispositivo interno que nos informa desde cedo que, sem amor, a vida não vale a pena ser vivida, e dá-lhe usar o nosso poder de sedução para encontrar the big one, aquele que será inteligente, másculo, se importará com nossos sentimentos e não nos deixará na mão jamais. Uma tarefa que dá prá ocupar uma vida, não é mesmo? Mas além disso, temos que ser independentes, bonitas, ter filhos e fingir de vez em quando que somos santas, ajuizadas, responsáveis, e que nunca, mas nunca, pensaremos em jogar tudo pro alto e embarcar num navio pirata comandado pelo Johnny Depp, ou então virar loura e , ou sei lá, diga aí uma fantasia secreta, sua imaginação deve ser melhor que a minha.

    Eu só conheço mulher louca. Pense em qualquer uma que você conhece e me diga se ela não tem ao menos três dessas qualificações: exagerada, dramática, verborrágica, maníaca, fantasiosa, apaixonada, delirante. Pois então. Também é louca. E fascina a todos.
Nossa insanidade tem nome: chama-se Vontade de Viver até a Última Gota.Só as cansadas é que se recusam a levantar da cadeira para ver quem está chamando lá fora. E santa, fica combinado, não existe. Uma mulher que só reze, que tenha desistido dos prazeres da inquietude, que não deseje mais nada? Você vai concordar comigo: só se for louca de pedra.

Martha Medeiros

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

         Quem não gosta de beijar?Pode ser de maneira planejada, esperada, desejada.Não há troca mais intensa e envolvente.Encontrei este belo texto de Martha Medeiros que descreve com maestria  a os vários tipos de beijo.







BEIJA EU, BEIJA EU, BEIJA EU



         A gente quer encontrar alguém bonito, inteligente e espirituoso, alguém que não seja muito exibido nem vaidoso demais, que tenha um papo cativante e esteja parado na nossa. Mas e se beijar mal? Sem chance. Tem que beijar bem, tanto eles quanto elas.
                Quando escuto alguém dizendo que Fulano beija bem e Sicrano beija mal, quase volto a acreditar em histórias da carochinha. Beijo é a sorte de duas bocas entrarem em comunhão. Pode um Rafael beijar uma Ana e ser uma explosão vulcânica, e o mesmo Rafael beijar uma Cristina e ser um encontro labial de dar sono. Pessoas não beijam bem ou mal: casais se beijam bem ou mal. Há sempre dois envolvidos. 
        A definição de um beijo bom é que pode ser questionável, mas quem está no meio do entrevero quase sempre reconhece o ósculo sublime. 

        Beijo bom é beijo decidido, mesmo que a decisão seja levá-lo devagar ao longe. 

        Beijo bom é beijo molhado, em que os beijadores doam tudo o que há para doar na cavidade bucal, sem assepsia, entrega absoluta. 

        Beijo bom é beijo sem pressa, que não foi condenado pelos ponteiros do relógio, que se perde em labirintos escuros já que, é bom lembrar, estamos de olhos fechados. 

        Beijo bom é beijo que você não consegue interromper nem que quisesse. 

       Beijo bom é beijo que não permite que seu pensamento tome forma e voe para outro lugar. 

       E, por fim, beijo bom é o beijo que está sendo dado na pessoa por quem você é completamente apaixonada. 

        Existe beijo ruim? Existe. Beijo sem alma, beijo educado demais, beijo cheio de cuidados, beijo curto, beijo seco. Mas uma coisa é certa: precisa dois para torná-lo frio ou torná-lo quente. Todo mundo pode beijar bem, basta nossa boca encontrar com quem.



Martha Medeiros









Seja eu!
Seja eu!
Deixa que eu seja eu
E aceita
O que seja seu
Então deita e aceita eu...
Molha eu!
Seca eu!
Deixa que eu seja o céu
E receba
O que seja seu
Anoiteça e amanheça eu...
Beija eu!
Beija eu!
Beija eu, me beija
Deixa
O que seja ser...
Então beba e receba
Meu corpo no seu
Corpo eu, no meu corpo
Deixa!
Eu me deixo
Anoiteça e amanheça...
Seja eu!
Seja eu!
Deixa que eu seja eu
E aceita
O que seja seu
Então deita e aceita eu...
Molha eu!
Seca eu!
Deixa que eu seja o céu
E receba
O que seja seu
Anoiteça e amanheça eu...
Aaaaah! ah ah ah ah! ah!
Ah! ah ah ah!
Ah! ah ah ah!
Ah ah ah!...
Beija eu!
Beija eu!
Beija eu, me beija
Deixa
O que seja ser...
Então beba e receba
Meu corpo no seu
Corpo eu, no meu corpo
Deixa!
Eu me deixo
Anoiteça e amanheça...

(Marisa Monte)

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

PRÉ-VALENTINE DAY'S




ESTAMOS COM FOME DE AMOR

   Uma vez Renato Russo disse com uma sabedoria ímpar: "Digam o que disserem, o mal do século é a solidão". Pretensiosamente digo que assino embaixo sem dúvida alguma. Parem pra notar, os sinais estão batendo em nossa cara todos os dias.

    Baladas recheadas de garotas lindas, com roupas cada vez mais micros e transparentes, danças e poses em closes ginecológicos, chegam sozinhas. E saem sozinhas. Empresários, advogados, engenheiros que estudaram, trabalharam, alcançaram sucesso profissional e, sozinhos.

    Tem mulher contratando homem para dançar com elas em bailes, os novíssimos "personal dance", incrível. E não é só sexo não, se fosse, era resolvido fácil, alguém duvida?

    Estamos é com carência de passear de mãos dadas, dar e receber carinho sem necessariamente ter que depois mostrar performances dignas de um atleta olímpico, fazer um jantar pra quem você gosta e depois saber que vão "apenas" dormir abraçados, sabe, essas coisas simples que perdemos nessa marcha de uma evolução cega.

    Pode fazer tudo, desde que não interrompa a carreira, a produção. Tornamos-nos máquinas e agora estamos desesperados por não saber como voltar a "sentir", só isso, algo tão simples que a cada dia fica tão distante de nós.

   Quem duvida do que estou dizendo, dá uma olhada no site de relacionamentos Orkut, o número que comunidades como: "Quero um amor pra vida toda!", "Eu sou pra casar!" até a desesperançada "Nasci pra ser sozinho!".

   Unindo milhares, ou melhor, milhões de solitários em meio a uma multidão de rostos cada vez mais estranhos, plásticos, quase etéreos e inacessíveis.Vivemos cada vez mais tempo, retardamos o envelhecimento e estamos a cada dia mais belos e mais sozinhos. Sei que estou parecendo o solteirão infeliz, mas pelo contrário, pra chegar a escrever essas bobagens (mais que verdadeiras) é preciso encarar os fantasmas de frente e aceitar essa verdade de cara limpa. Todo mundo quer ter alguém ao seu lado, mas hoje em dia é feio, démodé, brega.

   Alô gente! Felicidade, amor, todas essas emoções nos fazem parecer ridículos, abobalhados, e daí? Seja ridículo, não seja frustrado, "pague mico", saia gritando e falando bobagens, você vai descobrir mais cedo ou mais tarde que o tempo pra ser feliz é curto, e cada instante que vai embora não volta.

    Mais (estou muito brega!), aquela pessoa que passou hoje por você na rua, talvez nunca mais volte a vê-la, quem sabe ali estivesse a oportunidade de um sorriso a dois.

   Quem disse que ser adulto é ser ranzinza? Um ditado tibetano diz que se um problema é grande demais, não pense nele e se ele é pequeno demais, pra quê pensar nele. Dá pra ser um homem de negócios e tomar iogurte com o dedo ou uma advogada de sucesso que adora rir de si mesma por ser estabanada; o que realmente não dá é continuarmos achando que viver é out, que o vento não pode desmanchar o nosso cabelo ou que eu não posso me aventurar a dizer pra alguém: "vamos ter bons e maus momentos e uma hora ou outra, um dos dois ou quem sabe os dois, vão querer pular fora, mas se eu não pedir que fique comigo, tenho certeza de que vou me arrepender pelo resto da vida".

Antes idiota que infeliz!    

*BELÍSSIMO TEXTO DE ARNALDO JABOR