domingo, 17 de abril de 2011

Eu não quero um amor de salvação

   Desde a infância somos induzidas a esperar o príncipe encantado, um salvador e libertador. Alguém que nos conduzirá a uma vida plena em realizações. Crescemos angustiadas esperando a tão chegada hora em que esse cavaleiro vai chegar e nos guiará para esse mundo encantado, desejado.


    Lá, estaremos a salvo de preocupações, livres da responsabilidade quanto à nossa felicidade, uma vez que transmitimos a outrem essa incumbência, afinal de contas ele é o nosso salvador. Ainda não aprendemos a lidar com a solidão no sábado à noite, nem sabemos lidar com as cobranças impostas se aos 30 ainda não encontramos o tal sonhado e necessário príncipe, ou se em plenos 40 ainda não tivemos filhos, habilidade inata a todos os seres da nossa espécie.

   Como se desde o momento do nosso nascimento, todos os (des) caminhos já estivessem traçados: menina: delicada, carente, submissa, mãe e esposa. Eu não!!!

    Quero ter a liberdade de dizer não, de curtir sozinha ou acompanhada meu fim de semana, construir e desconstruir meus sonhos. ACIMA DE TUDO: QUERO UM AMOR DE PERDIÇÃO!Um amor que me permita subverter a lógica de que a mulher deve se deixar conduzir, sentimento que me leve a extrapolar meus limites e tentar diariamente ser alguém melhor, um misto de docilidade e agressividade.
    Desejo um amor que me tire da passividade, do conformismo e de toda submissão, quero alguém que me prenda pela liberdade, que me transporte aos meus recônditos mais profundos e me faça descobrir novas possibilidades de ir sempre além.

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